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Madeiras fósseis de aproximadamente 145 milhões de anos

Desvendam mistérios sobre a paisagem, clima e a distribuição geográfica de plantas nunca antes encontradas nos trópicos do Gondwana

Domingas Conceição

2/26/20252 min read

Disponível online no dia 04 de fevereiro, a pesquisa descreve duas espécies de madeiras de coníferas, e foi publicada na Cretaceous Research, uma revista científica de alto impacto dedicada à publicação de pesquisas científicas, especialmente sobre o período Cretáceo, mas também sobre o Jurássico.

No artigo, é apresentada uma nova espécie para a ciência (Metapodocarpoxylon brasiliense) e outra já registrada no Cretáceo Inferior da Patagônia Argentina (Agathoxylon mendezii), agora reportada pela primeira vez no Brasil. Essas madeiras têm cerca de 145 milhões de anos e provêm das rochas da Formação Missão Velha, uma unidade geológica posicionada entre o Jurássico Superior e o Cretáceo Inferior. As amostras foram coletadas no Geossítio Floresta Petrificada do Cariri (Missão Velha) e em outros afloramentos do município de Brejo Santo, ambos no estado do Ceará. No entanto, cabe mencionar que muitas das amostras utilizadas na pesquisa já estavam depositadas na coleção do MPPCN há vários anos.

O gênero Metapodocarpoxylon, até o momento estava restrito ao norte de Gondwana, especialmente ao Norte da África, e agora está sendo registrado pela primeira vez em paleofloras brasileiras. Os pesquisadores destacam que o registro de plantas semelhantes às do Norte da África era esperado para a Bacia do Araripe, considerando que, há aproximadamente 145 milhões de anos, os continentes ainda estavam conectados. De acordo com a Dra. Domingas Conceição, essa pesquisa é de extrema relevância não apenas para a região da Chapada do Araripe e Geopark Araripe, mas, para o Mesozoico Brasileiro, haja vista que pesquisas nesse âmbito ainda são raras no País. Os resultados apresentados são inéditos e valiosos, revelando quais tipos de plantas viviam na região do Cariri há aproximadamente 145 milhões de anos, além de fornecerem informações importantes sobre as condições climáticas daquela época e trazer, pela primeira vez, a reconstrução da paisagem desse intervalo de tempo em forma de paleoarte para os ambientes Formação Missão Velha.

Por fim, não menos importante, os pesquisadores enfatizam que os resultados desta pesquisa evidenciam o significativo potencial da Formação Missão Velha para estudos anatômicos de madeiras fósseis, os quais ainda estão em estágio preliminar. A colaboração científica entre diversas instituições brasileiras (URCA, UFC, UNISINOS e UFRGS) e internacionais (University of the Witwatersrand – África do Sul; Senckenberg, Alemanha) destaca a relevância das parcerias científicas, tanto no âmbito nacional quanto internacional, para o avanço de investigações que geram resultados robustos e de grande importância para o campo científico.